quarta-feira, 2 de junho de 2010

O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Na década de 20 a psicologia era dominada por duas correntes: o gestaltismo, que descreve os conhecimentos como inatos; e o behaviourismo, que defende que os conhecimentos são adquiridos por estímulos do ambiente.
Piaget, ao afastar-se destes dois extremos, propõe um novo modelo explicativo: o sujeito constrói os seus próprios conhecimentos através das suas acções. A inteligência é produto de um processo de adaptação, no qual interagem as estruturas mentais e a influência do ambiente. O sujeito é um elemento activo e decisivo no processo de conhecer – posição interaccionista. O conhecimento é produto da interacção das duas correntes extremistas. Este processo desenvolve-se por etapas, que Piaget designa por estágios de desenvolviment, disponíveis na seguinte ficha informativa:
Clica para consultar a Ficha Informativa
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
Piaget reflectiu e desenvolveu estudos sobre os próprios processos metodológicos, que se centraram na aplicação do método clínico e na observação naturalista.
O facto de ter feito parte da Sociedade Suiça de Psicanálise e de ter assumido o papel de psicanalista, ter-lhe-á dado sensibilidade para o desenvolvimento do método clínico.
A sua experiência de biólogo orientou-o na observação naturalista dos seus filhos e de diversas crianças em várias situações do dia-a-dia.
CONCLUSÃO
Mesmo que algumas investigações recentes ponham em causa alguns aspectos da sua teoria dos estádios, a sua contribuição para a compreensão do desenvolvimento intelectual do ser humano é incontornável. As suas concepções revolucionaram literalmente as teorias sobre o desenvolvimento do pensamento humano, sendo precursor do cognitivismo.
É também o fundador de uma nova área de saber, a epistemologia genética, cujo objectivo é a compreensão da natureza e da origem do conhecimento.
A sua obra provoca uma alteração na forma como a criança é encarada e abre uma nova perspectiva para o conhecimento e educação.


Freud e o Inconsciente
Publicada por Joana Pereira on 15:55 / Comments: (0) Etiquetas: , , , ,
O INCONSCIENTE
A experiência com Charcot e sobretudo com Breuer leva Freud na concluir que não é possível compreender muitos aspectos do comportamento humano se apenas se admitisse a existência do consciente. Freud nega que o ser humano, sendo racional, conheceria o seu consciente através da introspecção. Para se compreender o ser humano tem de se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos e pulsões recalcadas, especialmente de carácter sexual.
CONCEPÇÃO DO PSIQUISMO
Freud apresenta duas concepções do psiquismo da mente humana: a primeira e a segunda tópica. Distingue no nosso psiquismo instâncias – estruturas organizadas que incluem sistemas.
Na primeira tópica recorre à imagem do iceberg: o consciente corresponde à parte do visível, enquanto o inconsciente – que exerce uma forte influência no comportamento - corresponde a parte invisível. É possível aceder ao consciente através da introspecção. Há uma censura que impede este acesso às pulsões e desejos inconscientes, recalcando-os. O recalcamento é um mecanismo de defesa que devolve ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes.
Id – zona inconsciente, primitiva e instintiva, a partir da qual se formam o ego e o superego. Existe desde o nascimento e visa a satisfação imediata de pulsões e desejos – princípio do prazer. Estruturado pela libido. Não se orienta por normas.
Ego – zona fundamental consciente, que se forma a partir do id. Rege-se pelo princípio da realidade, pelo que é o mediador entre as pulsões inconscientes e as exigências do mundo real – decide quais os desejos do id que podem ser realizados.
Superego – zona no psiquismo que corresponde à interiorização de normas e dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização, da interiorização de modelos. Componente ética e moral do psiquismo.
Os estádios psicossexuais estão desenvolvidos numa ficha informativa que irei disponibilizar no próximo post.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
Depois de ter abandonado a hipnose como meio de explorar o consciente, Freud aplica o método clínico adaptando um conjunto de técnicas que permitiriam trazer ao consciente, as causas não conhecidas, inconscientes de determinados problemas. São elas:
- Associações Livres – O psicanalista pede ao analisado que diga tudo o que sente e pensa sem qualquer omissão. É no decorrer deste processo que se manifestam resistências e recalcamentos.
- Interpretação de sonhos - O psicanalista pede ao analisado que lhe relate os sonhos. Segundo Freud, os sonhos são a realização simbólica de desejos recalcados. Distingue o conteúdo manifesto do sonho (o que é lembrado, consciente) e o conteúdo latente (os desejos, medos).
- Análise da transferência – O psicanalista analisa e interpreta os dados do processo de transferência – processo em que o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância.
- Análise dos actos falhados – O psicanalista procura interpretar os esquecimentos, lapsos e erros de linguagem do analisado, que, segundo Freud, manifestariam desejos recalcados no inconsciente.
No próximo post é, também, possível encontrar, folhas informativas sobre a psicanálise.
CONCLUSÃO
Freud afirma que não é a razão, a consciência, que controla a vida humana, mas as forças do inconsciente. Ele disponibiliza uma nova perspectiva do conceito de ser humano, dominado desde o nascimento por pulsões, sobretudo de carácter sexual, vivendo conflitos intrapsíquicos que se manifestam em comportamentos no nosso quotidiano.


O Objecto da Psicologia
Publicada por Joana Pereira on 21:43 / Comments: (0) Etiquetas: , , ,
O objecto da Psicologia é o estudo científico do comportamento e dos estados mentais.
Podemos definir comportamento como todos os actos e acções observáveis, tudo o que o organismo faz e que se pode observar, como correr e falar. Por outro lado, os estados mentais são os sentimentos, as emoções, as atitudes, os pensamentos, as lembranças.
Para conhecer o seu objecto, a Psicologia vais investigar para recolher e organizar informação, através da observação, da investigação experimental e também inquéritos e etc. Irá, posteriormente, descrever, explicar, prever e controlar os comportamentos, os processos mentais e o mundo relacional.
Dicotomias na explicação do comportamento Humano
Em Psicologia, diferentes concepções dos seres humanos originam diferentes orientações e perspectivas, que se organizam em forma de dicotomias. As diferentes concepções têm-se mantido ao longo da História da Psicologia, num balanceamento em que domina ora um pólo ora o outro.
INATO/ADQUIRIDO
Diferentes investigadores, filósofos e psicólogos têm procurado responder a uma questão que pode variar de enunciado:
- O que é que nos torna Humanos?
- O que nos leva a ser e a comportarmo-nos de determinadas formas?
- Como se explica que nos comportemos de modo diferente dos outros?
Para responder a esta pergunta diferentes autores colocaram-se nos pólos extremos da dicotomia: o pólo do inato e o pólo adquirido.
O PÓLO INATO
O pólo inato/natureza tem estado ligado a formas de ver o ser humano e o seu comportamento como determinado pelas suas características biológicas e corporais. O comportamento humano seria, fundamentalmente, determinado pela hereditariedade: seria o património genético que definiria a constituição orgânica e psicológica dos indivíduos, bem como os seus comportamentos e personalidade. Estas seria características inatas – nascem connosco. A maturação encarregar-se-ia de orientar o crescimentos biológico do corpo e o desenvolvimento segundo padrões definidos pelo programa genético.
FREUD – afirma a existência de duas pulsões inatas: a pulsão da vida – auto-preservação do indivíduo e pulsões sexuais – e a pulsão da morte – comportamentos agressivos, por exemplo.
LORENZ – considera que o comportamento animal é instintivo. Existe um conjunto de comportamentos estereotipados.
GESELL – assegura a existência de uma predisposição natural para o organismo se desenvolver. Os comportamentos sucedem-se numa ordem determinada e o desenvolvimento e maturação estão predeterminados.
O PÓLO ADQUIRIDO
Passando para o pólo adquirido, da educação, da influência do meio ambiente, encontramos perspectivas que defendem que são as nossas experiências sociais e culturais que determinam a nossa forma de ser e de nos comportarmos. Seriamos fruto do que aprendemos e dos ambientes em que vivemos.
WATSON – teoria do behaviourismo: todo o comportamento humano é determinado pelo conjunto de respostas aprendidas a determinados estímulos. Somos o que o meio nos permite ser.
SKINNER – faz prevalecer a influência do meio da aprendizagem: o reforço assegura a repetição de uma acção.
BANDURA – vê na observação e na imitação de modelos sociais a origem de muitos comportamentos humanos: aprendizagem por modelagem.
Todos estes psicólogos negam a existência de factores biológicos, genéticos, que possam contribuir de forma determinante para a compreensão das características e comportamentos manifestados pelos seres humanos.
No entanto Piaget procurou integrar os dois pólos – teoria para o desenvolvimento cognitivo – valorizando tanto os factores maturativos como os factores socioculturais. Esta posição não é nem inatista nem empirista: o sujeito tem um papel activo na construção do pensamento e do conhecimento.
CONTINUIDADE/DESCONTINUIDADE
A dicotomia entre a continuidade e a descontinuidade relaciona-se com a forma como diferentes autores vêem e explicam as transformações que as pessoas vão experimentando e as formas como vão determinando as suas maneiras de ser, pensar e agir.
CONCEITOS DE CONTINUIDADE E DE DESCONTINUIDADE
O termo continuidade diz respeito a tudo aquilo que continua a existir de modo semelhante ao que existia antes. A noção de descontinuidade aponta para o que não se mantém o mesmo. Envolve a noção de mudança abrupta ou aparecimento do que não existia antes e que passa a existir.
PERSPECTIVAS CENTRADAS NA CONTINUIDADE
Há autores que defendem que os comportamentos humanos mudam gradualmente. Watson, através da sua teoria behaviourista, afirma que os nossos comportamentos evoluem dos mais simples para os mais complexos, ou seja, as transformações dos comportamentos partem da continuidade, da integração nas novas aprendizagens, de aprendizagens anteriores.
As perspectivas mais centradas na continuidade, como a teoria da aprendizagem social, tendem a ver a mudança em determinados comportamentos como resultado da acumulação de associações de respostas a estímulos.
PERSPECTIVAS CENTRADAS NA DESCONTINUIDADE
Freud e Piaget encaram o desenvolvimento humano, como ocorrendo numa sucessão de estágios, defendendo a descontinuidade. Um estágio é uma forma de organizar num todo, com uma lógica própria, comportamentos, modos de pensar e de sentir.
As teorias mais centradas na descontinuidade, tendem a ver as transformações nos comportamentos e nos modos de ser dos seres humanos como envolvendo momentos de reorganização. As novas formas de organização apresentam-se como qualitativamente diferentes das anteriores
As mudanças qualitativas implicam um desenvolvimento descontínuo. Se há mudanças qualitativas, há sempre um modo de organização global que não existia antes e que emerge.
A CONCLUIR
Tanto a continuidade como a descontinuidade são importantes, uma vez que nós mudamos tanto de forma contínua como descontínua. Experimentamos mudanças que se devem à integração de novos conhecimentos (continuidade e alteração quantitativa), mas o surgimento de novas respostas e capacidades é devido a reorganizações das nossas formas de pensar (descontinuidade e alteração qualitativa).
ESTABILIDADE/MUDANÇA
Quando conhecemos bem uma pessoa temos a capacidade de prever os seus comportamentos numa determinada situação. Reconhecemos a estabilidade nos comportamentos e nos modos de ser.
A dicotomia entre estabilidade/mudança diz respeito ao modo como diferentes correntes foram vendo a explicação do comportamento como tendo origem em elementos de estabilidade ou em elementos de mudança.
Os autores que valorizavam o pólo da mudança eram aqueles que abordavam o comportamento das crianças e dos adolescentes. Eram, portanto, afectados nas suas concepções gerais, uma vez que o desenvolvimento desde criança a adolescente é substancial. Pensavam que, enquanto a mudança marcava a infância e a adolescência, a estabilidade era a principal característica do adulto. No entanto, já compreendemos que esta concepção está errada, uma vez que a principal característica dos seres humanos é a plasticidade que os acompanha ao longo da vida. A mudança acompanha-nos ao longo da vida.
Estas afirmações não são incompatíveis com o conceito de estabilidade: reconhecemo-nos e somos reconhecidos, mesmo quando estamos em contextos diferentes. Esta noção reporta-nos para o conceito de personalidade – representa uma continuidade, uma coerência e consistência no modo de ser e estar. Corresponde às características pessoais, persistentes, dotadas de coerência interna, mas que não são estáticas, já que a personalidade constrói-se ao longo do tempo.
INTERNO/EXTERNO
Ao longo da história da psicologia o pólo interno tem surgido ligado ao corpo e à sua biologia, ou seja, às cognições, às emoções e aos pensamentos. Por outro lado, o pólo externo associa-se ao contexto, à situação, às relações. O externo tem sido relacionado com os estímulos que nos afectam.
No entanto o interior e o exterior estão em constante diálogo e interagem em cada momento por nós vivido.
INDIVIDUAL/SOCIAL
As concepções que se centram nos aspectos individuais sublinham as características humanas que remetem para o corpo capaz de se adaptar ao meio através dos comportamentos reflexos e das emoções básicas. No entanto o ser humano só atinge o seu estatuto de humanidade no contexto das interacções sociais.
As concepções que se centram nos aspectos sociais radicam o carácter do ser humano na vivência social. Contudo, reduzir o indivíduo à componente social é esquecer a capacidade de o ser humano se auto-organizar.


Apredizagem
Publicada por Joana Pereira on 19:12 / Comments: (0) Etiquetas: , , ,
Todos os comportamentos do nosso quotidiano são aprendidos, isto é, adquiridos no processo de socialização.
Podemos definir a aprendizagem como uma modificação relativamente estável do comportamento ou do conhecimento, que resulta do exercício, experiência, treino ou estudo. É um processo que, envolvendo processos cognitivos, motivacionais e emocionais, se manifesta em comportamentos.
No entanto nem todas as mudanças de comportamento são fruto da aprendizagem. Existe um conjunto de comportamentos, como o acto de respirar ou pestanejar, que nos é inato.
A aprendizagem é, então, um processo cognitivo que nos torna humanos.
Processos de Aprendizagem
Há comportamentos que estão directamente relacionados com os estímulos do meio – aprendizagens não simbólicas (aprendizagem associativa e não associativa). Outros comportamentos, como cumprimentar as pessoas ou escrever são aprendizagens simbólicas, porque envolvem a forma como interpretamos a realidade e regulamos os nossos comportamentos.
Aprendizagem não associativa
A habituação e a sensitização são duas formas de aprendizagem não associativa, porque o indivíduo aprende as características de um determinado estímulo.
A habituação consiste na diminuição da tendência para responder a estímulos que se tornam familiares, devido à exposição sucessiva aos mesmos. Aprendemos a ignorar estímulos conhecidos, não portadores de informação nova, o que aumenta a nossa capacidade de adaptação a outras aprendizagens que possam surgir.
Pela sensitização aprendem-se as propriedades de um estímulo prejudicial – quando nos assustamos com algum ruído, vamos reagir mais activamente a qualquer ruído que se siga.
Aprendizagem associativa
Condicionamento clássico
Foi o investigador russo, Ivan Pavlov, quem descobriu (através dos reflexos digestivos do cão) uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros animais – reflexo condicionado.
1 - Pavlov apresentava a carne ao cão e este salivava.
2 - Em seguida apresentava a carne acompanhada pelo som da campainha e o cão salivava. Repetiu várias vezes esta associação.
3 - Ao ouvir apenas o som da campainha, o cão passou a salivar-
Pavlov afirmava que a aprendizagem resulta de associações entre estímulos e respostas:
Estimulo - Qualquer elemento do meio que produz efeito sobre o organismo; Provoca uma reacção, uma alteração no comportamento.
Resposta - Qualquer actividade do organismo que se segue ao estimulo. Pode ser um movimento, uma secreção glandular, um pensamento ou uma emoção.
Para compreendermos melhor este processo, eis a distinção:
Estimulo Neutro: Estimulo que, antes do condicionamento, não produz a resposta desejada. Ex.: som da campainha
Estimulo não condicionado ou Incondicionado: Estimulo que desencadeia uma resposta não aprendida. Ex.: carne
Resposta Incondicionada: Resposta inata, não aprendida. Ex.: salivar com o cheiro da carne
Estimulo Condicionado: Estimulo neutro que, associado ao estímulo incondicionado, passa a provocar uma resposta semelhante à desencadeada pelo estímulo incondicionado. Ex. som, depois de associado à carne, passa por si só a provocar a salivação.
Resposta Condicionada: Resposta que, depois do condicionamento, se segue ao estimulo que antes era neutro. Ex. salivar quando ouve o som da campainha.
Este tipo de aprendizagem não implica a vontade do sujeito: o sujeito é passivo.
Condicionamento operante
Skinner, investigador norte-americano, desenvolveu uma experiência que o conduziu à descoberta do modo como tantas das nossas aprendizagens se processam e mantêm.
Colocou um rato esfomeado na “caixa operante” ou “caixa de Skinner”.
O animal explora o ambiente.
Por acaso acciona a alavanca recebendo uma porção de alimento.
A partir de várias tentativas bem-sucedidas, o rato passa a premir a alavanca para receber alimento.
Graças ao reforço – estimulo que, por trazer consequências positivas, aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer – o rato aprendeu a carregar na alavanca.
Reforço Positivo – Estimulo que tem consequências positivas e agradáveis e que se segue a um dado comportamento.
Reforço Negativo – O sujeito evita uma situação dolorosa se se comportar de determinado modo. É a eliminação do estímulo que permite evitar a situação dolorosa.
Ambos os tipos de reforço tem como objectivo fortalecer e aumentar a ocorrência de um comportamento. Ambos aumentam a probabilidade de a resposta ocorrer.
Aprendizagem por observação e imitação
A aprendizagem por observação e por imitação, também designada por aprendizagem social ou aprendizagem por modelação, foi estudada pelo investigador Albert Bandura. Bandura constatou que a experiência dos outros poderia conduzir à aquisição de novos comportamentos, que eram assim adquiridos a partir da observação e imitação de um modelo, e que passam a fazer parte do seu quadro de respostas.
Depois de assegurar que um grupo de crianças tinha observado e memorizado comportamentos agressivos, mas que não os reproduziam, concluiu que não bastava observar e reter um comportamento para o imitar. A fase de execução implica factores internos do próprio sujeito. Foi esta constatação que permitiu a Bandura evoluir da teoria da aprendizagem social para uma teoria cognitiva social, considerando muito importantes as capacidades cognitivas do sujeito.
Aprendizagem com recurso a símbolos e representações
Aquisição de conhecimentos
Quando apreendemos um conhecimento novo, integramo-lo nos conhecimentos que já adquirimos e que são assegurados pela memória. Mas não só, temos esquemas cognitivos prévios que nos permitem enquadrar novas aquisições.
Os novos conhecimentos podem modificar, enriquecer ou até mesmo suscitar a criação de novos esquemas. Trata-se de um processo complexo, uma vez que os esquemas cognitivos são estruturas dinâmicas que proporcionam os conhecimentos que já possuímos e integram os novos.
Aquisição de procedimentos e competências
Para executarmos uma determinada tarefa, temos de desenvolver um conjunto de acções concertadas, que se designam por procedimentos.
Sempre que surge a necessidade de aprender algo novo, uma nova competência, mobilizamos os esquemas gerais e fazemos adaptações que nos permitam ser eficazes. Com a repetição, vamos corrigindo as acções inadequadas, repetimos as que consideramos adequadas até o processo se tornar automático. Fica assegurado que daqui a muito tempo podemos recuperar este “saber fazer”.
Como aprendes, quando aprendes
A aprendizagem é um processo pessoal, que envolve a totalidade da pessoa: o seu pensamento, as suas emoções, sentimentos e afectos, a sua história de vida.
Ao aprender, modificamo-nos e reorganizamo-nos interiormente. O modo como integramos uma informação ou conhecimentos novos resulta de uma síntese entre o que somos e o que sabemos, entre as representações do mundo que possuímos e o que se nos apresenta de novo.
A MOTIVAÇÃO – Quando estamos motivados, temos uma atitude activa e empenhada. A aprendizagem é mais clara e mais eficaz quando estamos interessados por um determinado assunto ou tema.
OS ACONTECIMENTOS ANTERIORES – Os conhecimentos anteriores servem de base a novas aprendizagens. São facilitadores de novas aprendizagens.
A QUANTIDADE DE INFORMAÇÃO – A nossa capacidade de aprender novas informações é limitada, por isso é necessários proceder a uma selecção da informação relevante, organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem.
A DIVERSIDADE DAS ACTIVIDADES – Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema, quanto mais diferenciadas forem as tarefas, maior é a motivação e a concentração e melhor decorre a aprendizagem.
A PLANIFICAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO – A definição clara de objectivos, a selecção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem bem-sucedida. A planificação e organização promovem o controlo dos processos de aprendizagem.
A COOPERAÇÃO - Determinados tipos de aprendizagem são melhor resolvidos e a aprendizagem é mais eficaz se trabalharmos de forma cooperativa. A cooperação possibilita a resolução de problemas complexos de forma mais eficaz.

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