Todos partilhamos características comuns que nos tornam distintos de qualquer outra espécie, no entanto, todos somos diferentes – diversidade biológica.
Diversidade Biológica
A descodificação do genoma humano é muito semelhante de indivíduo para indivíduo, sendo que, os 6 milhões de seres humanos partilham 99,9% do código genético.
A constatação de que a composição genética dos seres humanos é igual em todo o mundo põe em causa o conceito de raça, e por consequência o Racismo. De facto, é possível encontrar maiores diferenças genéticas entre duas pessoas que vivam no mesmo país do que entre um africano e um europeu.
Se a hereditariedade específica assegura um conjunto de características comuns que nos tornam humanos, a hereditariedade individual torna-nos únicos. Nos seres humanos o programa genético não define o indivíduo, é antes, um conjunto de instruções que favorecem a variação individual. O processo de desenvolvimento ocorre em contexto social, aprofundando as diferenças da hereditariedade.
Diversidade Cultural
Aquilo que trazemos escrito no nosso código genético não é suficiente para crescermos como humanos. Sem a cultura e sem as possibilidades de desenvolvimento que nos proporciona crescermos num contexto cultural particular, seríamos incompletos.
Diversidade Individual
A cultura tem um papel importante mas não determina aquilo que somos. Somos produtos da nossa cultura, mas somos também produtores de cultura.
Relativamente ao nosso corpo e cérebro, estes contém certas características que não são determinadas por uma biologia escrita em nós. É neste ponto de encontro entre a cultura e a Biologia, que se reflecte a diversidade de cada indivíduo. ______________________
Estes resumos foram elaborados durante a aula, com a minha colega Melissa.
História Pessoal: Factores internos e externos
Publicada por Joana Pereira on 12:03 / Comments: (0) Etiquetas: 1º Período, Cultura, Resumos, Tema 1, Trabalhos, Unidade 1
O ser Humano é um ser situado num corpo e num todo sociocultural. O que somos não é apenas fruto da influência dos aspectos biológicos e socioculturais, depende também da nossa autonomia e autodeterminação.
História Pessoal
Estamos, desde sempre, integrados numa sociedade, como tal são as marcas deixadas pelas nossas experiências que nos distinguem dos outros e nos tornam únicos.
Todos temos uma história pessoal na qual nos reconhecemos como humanos – identidade específica, sabendo que nos inserimos na sociedade – identidade cultural. O mundo do outro torna-se o nosso mundo, pelo que construímos a nossa identidade pessoal, a personalidade e a individualidade, nas relações interpessoais.
Papel dos Significados
As experiências vividas constituem um elemento fundamental da nossa vida psíquica, sendo que uma mesma situação pode ser encarada de maneira diferente, por diferentes sujeitos.
A ligação que cada um estabelece com estas experiências faz-se através dos significados que cada um lhes atribuí. São os significados que conferem a singularidade de cada pessoa. A divergência ao construir os significados, integra uma visão pessoal, daí o carácter subjectivo dos acontecimentos vividos.
A história pessoal desenrola-se, portanto, na relação entre factores externos e factores internos, entre o que é objectivamente percebido e o que é subjectivamente construído.
Auto-organização e criação sociocultural
O ser humano é uma criação sociocultural. Na nossa construção de significados interfere activamente todo o tipo de significados culturais de histórias pré-existentes.
Na nossa relação com a sociedade ordenamos e organizamos a nossa história - auto-organização, e é através do fluxo de experiências que nos construímos e organizamos no mundo. Assim, torna-se possível relacionar o passado com o presente, e manter a continuidade do seu sentido de si.
Enquanto seres activos e autónomos, os seres humanos não só criam a sua história pessoal como também transformam o seu ambiente físico e sociocultural.
Adaptação e Autonomia
A adaptação é frequentemente entendida como uma característica de resposta dos organismos ao seu contexto. Como sabemos a forma como respondem a pressões e desafios diverge de indivíduo para indivíduo. Contudo, não podemos encarar este processo de uma forma mecânica, o organismo não responde mas age sobre os estímulos, interpreta-os e transforma-os de acordo com as suas necessidades.
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Estes resumos foram elaborados durante a aula, com a minha colega Melissa.
Factores no processo de tornar-se humano
Publicada por Joana Pereira on 18:39 / Comments: (0) Etiquetas: 1º Período, Cultura, Resumos, Tema 1, Unidade 1
Nos posts anteriores estudámos a forma como a evolução, estrutura e funcionamento do corpo e do cérebro têm de ser ter em conta para entendermos o ser humano e os seus comportamentos. No entanto o que nos torna humanos está muito para além da nossa herança genética e biológica, centrando-se também na nossa dimensão social e cultural.
Tornamo-nos humanos através da aprendizagem de formas partilhadas de ser e de nos comportarmos. A capacidade humana de nos adaptarmos a um meio e de o adaptarmos a nós, bem como outros factores, fizeram aumentar as hipóteses de sobrevivência da nossa espécie. Este processo exigiu coordenação e cooperação, bem como o desenvolvimento de outras capacidades, como a comunicação através da linguagem, ou até mesmo escrita e/ou artística. Desta forma aprendemos a viver sociedade, construindo um mundo inter-humano, que constitui o ambiente de suporte e protecção dos seres humanos e das suas formas de vida. Tudo isto através da organização de sociedades e da criação de culturas.
Noção de Cultura
A Cultura é a herança social constituída por crenças, artes, leis, valores, costumes e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo Homem enquanto membro da sociedade. A Cultura é uma totalidade (dos conhecimentos) onde se inserem estes elementos materiais e simbólicos, que mudam e se influenciam mutuamente. Assim, os elementos simbólicos, como os valores e as crenças, materializam-se nas múltiplas produções culturais: matéria-prima utilizada, peça de roupa produzida, etc. Mas, ao mesmo tempo, são estas práticas e modos de fazer que são simbolizados, construídos simbolicamente, nas teorias, valores e crenças de determinada cultura.
O ambiente cultural em que nascemos é-nos tão familiar, que não possuímos dele um conhecimento necessariamente explícito, no entanto, apercebemo-nos de que esse conhecimento existe em nós, através dos nossos actos, decisões e comportamentos. É importante referir que, para além de produtos da cultura, somos também os seus produtores, uma vez que os nossos pensamentos e comportamentos fazem parte da cultura em que estamos integrados, da sua construção, transmissão e transformação.
Um exemplo importante para entender o papel da cultura na definição do que é ser humano é as crianças selvagens. As crianças selvagens são crianças que cresceram com contacto humano mínimo, ou mesmo nulo. Sobreviveram sozinhas ou na companhia de animais, razão pela qual muitas delas apresenta comportamentos animalescos. Normalmente, são perdidas, roubadas ou abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, capturadas e recolhidas entre os humanos.
Os casos que se conhecem de crianças selvagens revestem-se de grande interesse científico, já que constituem uma espécie de grau zero do desenvolvimento humano. Em termos de linguagem, as crianças selvagens só conhecem a mímica e os sons animais. A sua linguagem é quase sempre nula ou muito reduzida e varia de caso para caso conforme o tipo de isolamento. A maioria não gosta da companhia humana, procurando a companhia dos animais semelhantes à espécie dos seus pais adoptivos, que também se aproximam delas como não o fariam em relação a outros humanos. As crianças selvagens não se riem ou choram, apesar de eventualmente poderem desenvolver alguma ligação afectiva. Manifestam pouco ou nenhum controlo emocional e, muitas vezes, têm ataques de raiva podendo então exibir uma força particular e um comportamento claramente selvagem.
Cultura
A cultura é o conjunto de maneiras de fazer e de viver de um determinado grupo, dela fazem parte os vários modos de relacionamento entre as pessoas, pelo que não há uma só cultura, mas múltiplas culturas.
As diferentes culturas reflectem as diferentes maneiras como as diversas comunidades organizaram e integraram as suas necessidades de sobrevivência, os acontecimentos da sua história e as exigências do meio onde vivem.
Padrões Culturais
Padrão cultural é o conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores comuns aos membros de uma determinada cultura. São exemplos a forma de vestir, de cumprimentar, a alimentação, etc.
Os padrões culturais desempenham um importante papel no enquadramento da construção de significados em muitos domínios da vida social: servem de quadros de referência e marcam presença enquanto interpretações acessíveis às pessoas. A cultura a que pertencemos tem influência naquilo que sentimos, pensamos, naquilo que consideramos bonito ou feio, bom ou mau.
Assim, é necessário ter os padrões culturais em conta quando observamos os sentidos que as pessoas e os grupos atribuem a determinadas actividades e comportamentos. O seu significado depende do contexto social em que são vividos e experimentados pelos sujeitos. No entanto estes padrões culturais não são realidades estáticas. Cada um deles muda permanentemente, não só pela acção criadora, produtora de cultura, de cada um dos seus membros, mas também através do contacto com outras culturas.
Conceito de aculturação
A aculturação diz respeito ao conjunto de fenómenos resultantes do contacto contínuo entre grupos de indivíduos de diferentes culturas, assim como às mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos que decorrem desse contacto. Muitas vezes dá-se o aparecimento de criações culturais novas e o desaparecimento e destruição de outros elementos culturais.
Socialização
A socialização consiste na interiorização que cada indivíduo faz das normas e valores da sociedade em que está inserido e dos seus modelos de comportamento. Esta aprendizagem permite, não apenas a integração de cada pessoa no grupo sociocultural, mas também a reprodução deste grupo e das suas formas de organização. Enquanto parte do grupo, cada pessoa não se limita a integrar as práticas e valores em vigor. Participa activamente na produção, recriação e transmissão dos seus padrões de cultura e de socialização.
Portanto a socialização compreende a interiorização e a participação na sociedade.
Socialização primária e secundária
O indivíduo não nascer ser social, mas é constrangido no decurso da sua vida a “tomar parte da dialéctica da sociedade”, a ser membro social, a estar na sociedade. O primeiro momento deste processo é a interiorização. Esta constitui, em primeiro lugar, o fundamento de toda a compreensão do outro e, depois, “a apreensão do mundo como realidade social dotada de sentido”. O indivíduo, ao apreender o mundo, “assume” o mundo dos outros e ao assumi-lo recria-o.
O mundo do outro torna-se o seu mundo.
A socialização primária é a primeira socialização, realizada na infância. É responsável pelas aprendizagens mais básicas da vida em comum. A criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do indivíduo. Termina quando a criança mostra ter obtido uma personalidade específica e um mundo interiorizado.
A socialização do indivíduo é realizada através de outros “eus significativos”, estes são-lhe impostos, na medida em que o indivíduo, quando nascer, encontra já uma estrutura social, uma cultura da qual faz parte.
No processo de socialização primária a criança não tem um papel passivo, no entanto, são os outros significativos que impõem as “regras do jogo”. O mundo interiorizado pela criança surge, não como um mundo possível, mas como o único mundo. É por esta razão que o mundo interiorizado pela socialização primária assume um carácter mais imutável.
A socialização secundária é, antes de mais, a interiorização de saberes profissionais, é toda a socialização subsequente, isto é, introdução ao indivíduo já socializado “em novos sectores objectivos do mundo da sua sociedade”. Ocorre sempre que uma pessoa tem de se adaptar e integrar em situações sociais específicas (mudança de escola, casamento, reforma).
Reflexão sobre o filme Nell
Publicada por Joana Pereira on 22:45 / Comments: (0) Etiquetas: 1º Período, Cultura, Filmes, Trabalhos
O filme Nell retrata a história de uma rapariga que nasceu e cresceu isolada da civilização, na companhia da sua mãe e irmã gémea. A linguagem por si apresentada foi adquirida a partir do contacto com a sua mãe, que, por possuir uma paralisia facial, não pronunciava correctamente as palavras. Este facto ilustra a importância da socialização, uma vez que a apreensão do seu dialecto, a partir do contacto social com uma única pessoa, é deficiente. Após a morte duas familiares a personagem passa a viver sozinha, sendo, mais tarde, descoberta por um médico e uma psicóloga, que tentam inseri-la na sociedade.
É fascinante como o ser humano é dependente da vida em sociedade, uma vez que só se constitui como indivíduo, quando detém cultura. Ao contrário do que primeiramente poderíamos pensar, Nell possui cultura, própria do ambiente em que se insere. Podemos constatar este facto tendo em conta a forma como sepultou a mãe e também os rituais que praticava.
Depois de assistir a este maravilhoso filme, é fácil reflectir sobre a vida, sobre o modo como a conduzimos e também sobre a influência que a sociedade tem sobre nós. De facto, este argumento mostra a importância da compreensão, respeito e aceitação do nosso semelhante, afinal são as diferenças que enriquecem a nossa cultura.
A sensibilidade do filme é contagiante. A inocência e simplicidade de Nell fazem-me reflectir sobre o facto de ser essencial a convivência e a troca de sentimentos entre as pessoa. Baseando-me em tudo o que enunciei, afirmo que este foi um dos filmes mais incríveis e profundos que vi até hoje. Adorei!
quarta-feira, 2 de junho de 2010
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